sábado, 26 de dezembro de 2009

"A médica e o quati"


Não, não sou eu não!!! e sim uma grande amiga, ginecologista. Essa guerreira se juntou à ONG Expedicionários da Saúde e passou alguns dias na Amazônia para trabalhar com índios. Ficou na comunidade de São Pedro, onde a etnia indígena majoritária é a Saterê-Mauê. Ela relatou com maestria toda a viagem e a experiência do voluntariado para a revista TPM deste mês. Ao final relata como fez um parto de emergência na noite em que veio embora. O parto foi tão comovente que a indizinha bebê recebeu seu nome! Grande Priscila, que presente maravilhoso você recebeu amiga!
Vou transcrever aqui o relato que a Pri fez do parto, é lindo:


"De noitinha mais uma surpresa: fico sabendo que uma índia que estava indo de barco de sua aldeia até Parintins por trabalho de parto acabou parando em nosso alojamento, pois as contrações “apertaram”. Vou vê-la e a encontro na rede. Ao toque vaginal, ela está com 8 cm de dilatação (com 10 cm a criança nasce). A partir daí começa a correria. A bolsa se rompe ainda na rede e eu peço uma colchão para deitá-la. Aparece um colchão e colocamos a paciente nele, mas quando a toco novamente percebo que a criança está com a cabeça virada e que nesta posição não vai nascer. Tento fazer a manobra de rotação da cabeça com a mão mas do jeito em que estou, toda torta no colchão, não consigo apoio para rodar a criança. Tenho a ideia de pedir uma cadeira e a índia é colocada em posição de cócoras, apoiada por trás pelo Atui, cirurgião que me auxilia, juntamente com Ângelo, também cirurgião. 
Percebo uma grande movimentação atrás de mim, o parto está sendo filmado por uma equipe de reportagem, mas estou bem preocupada com a possibilidade de não haver passagem para a criança. A índia tem 17 anos e corpo de criança, depois descubro que tem 1,44 m de altura. É seu primeiro filho, e chamamos isto de bacia não testada, não há como garantir que a criança consiga nascer por baixo pela pelve estreita da mãe. Lembro ainda que já está tudo guardado e que fazer uma cesárea seria impossível, pois até acharmos tudo nas caixas e esterilizarmos o material..._- “Calma, Priscila, vai dar certo, esta criança consegue vir por baixo”, repito para mim mesma como num mantra. A ideia da posição de cócoras funciona e consigo rodar a cabeça para a posição correta. Surge milagrosamente uma mesa ginecológica e a índia passa ao seu quarto local para ter o filho (rede, colchão, cadeira, mesa ginecológica). Tem
muita gente ajudando, colocaram um foco de luz na minha cabeça, aparecem como por passe de mágica a caixa de instrumentos para parto, anestésico, etc. Finalmente aparece a cabecinha e é uma comoção geral. Tem muito marmanjo chorando nesta hora. Felizmente a criança nasceu super bem, chorando. Respiro aliviada. É uma menininha. Descubro depois que em minha homenagem ganhou meu nome. Emocionante. Agradeço muito à grande ajuda de todos e fico feliz por poder ter ajudado e por poder ter sido ajudada.


Vale a pena ler a reportagem inteira no site da TPM, segue o link: 
A médica e o quati

Quem quiser conferir o trabalho da ONG acesse o site:
Expedicionarios da Saúde 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Bem me quer...


Esses dias fui chamada no hospital por causa de um recém nascido que tava com anemia grave e icterícia por incompatibilidade de sangue mãe-filho. Indiquei a transfusão  de troca e fui ver o procedimento na UTI neo. Ai que dor me deu.... Ver aquele bebezinho miudinho, quietinho no meio daquilo tudo de sangue. As enfermeiras colocaram um dedo de luva pra ele chupar como chupeta, ele choramingava um pouquinho mas logo parava e continuava chupando. Fui lembrando do meu pequeno e agradecendo a Deus pela sua saúde. Sempre fui forte ao tratar de adultos, mas as crianças me balançam muito... Agora então que sou mãe meu envolvimento com elas é ainda maior. Não consigo nem ver foto mais de crianças em hospital. Se eu fosse pediatra teria que abandonar a profissão. Mas apesar de a medicina nos trazer tristezas que deixam marcas profundas nos traz também imensas alegrias quando nossos pacientes melhoram. Esse bebê no dia seguinte à exsanguíneo transfusão teve alta, super bem, e agora está em casa, saudável. A chuquinha fria de dedo de luva já ficou pra traz e ele nem vai se lembrar dela!!! Nem eu, agora sempre que me vem à cabeça  a imagem do bebê logo me lembro que ele ficou bem e eu ajudei nisso!!! E assim vou me reconciliando com minha profissão...

domingo, 13 de dezembro de 2009

sábado, 12 de dezembro de 2009

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

34˚ amorversário



Geeente… fiquei mais velha! É, são 34 anos…Mas não posso reclamar, fazer aniversário é bom porque a gente é muito paparicada. E especialmente este ano eu tive a companhia do meu menino lindo. A tarde fomos ao shopping passear e ver o Papai Noel. Tiramos cada foto maravilhosa, pena eu não ter nenhuma foto digitalizada para por aqui. Uma delas o pessoal do shopping fez de calendário 2010 e colou em um imã…Pus na geladeira… Foi um sucesso! A noite meus pais e irmãos vieram aqui em casa jantar, cantaram parabéns, fiz pedido, cortei o bolo de baixo pra cima e nos deliciamos com todo aquele chocolate. Antes de dormir ganhei um presente dos sonhos do meu marido, dei um cheiro no meu pequeno (que já dormia há horas) e fui pra cama depois da meia noite, quando já não era mais meu aniversário. Passou… como em todos os anos. Foi tradicional…. sem aventuras ou surpresas. Mas foi uma delícia, em família… Foi amor puro… Um amorversário!!!

sábado, 5 de dezembro de 2009

Quando parente é serpente

O pior inimigo é o velado. O que se senta ao seu lado no almoço de sábado, sorri, ajuda a ninar seu filho, divide com você parte de sua vida mas na verdade não te respeita. O inimigo íntimo é tão cruel que aproveita-se da proximidade para mais tarde jogar contra você as suas fraquezas. É a serpente que amavelmente oferece o seu veneno, ao invés de destilá-lo. E quando não se espera dá o bote. Prefiro a sinceridade das inimizades abertas, contra as quais temos defesas, à dissimulação em "família", quando estamos expostos.

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